Ás vezes dou por mim a desejar ter dias mais light - sensações mais light, problemas mais light, livros mais light, pessoas mais light. Tudo mais light, à excepção dos índices calóricos na comida e dos zeros na minha conta bancária. Light é bom, light é calma. Light é equilíbrio, talvez até Ricardo Reis. Uma vida light seria sinónimo de uma vida despreocupada, sem grandes expectativas. Melodia sem amplitudes desproporcionais.
Hoje compreendo que light nunca se ajustaria à música que componho todos os dias. É demasiado 'pãozinho sem sal'. Demasiado orquestrada, demasiado fácil. Demasiado anti-natura. Demasiado perfeita.
Hoje percebo que Álvaro de Campos combina mais comigo: a confusão permanente, a vontade de experienciar tudo e todos, o ruído ensurdecedor. A febre de viver.
Portanto, bem vistas as coisas, eu opto pela loucura ao invés da perfeição. Suponho que isto seja um problema...
Comecei a ler o "light" como pouco calo rico, mas a meio apercebi-me que "light" também significa luz... E concordo contigo. Mas não deixo de achar que devemos ter uma parte de nós muito light. Nos ambos sentidos da palavra. Que desliga e liga.
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